Você já se perguntou se quem chega a uma igreja evangélica já teve outra fé antes? Compreender de onde vêm os novos evangélicos ajuda tanto para analisar a biografia religiosa dos fiéis, quanto no planejamento de sua missão.
A análise da estatística de pesquisa realizada em 2024 pelo instituto Datafolha revela as dinâmicas de origem dos evangélicos paulistas diante de diferentes gerações.
Na faixa dos 60+, 62% dos indivíduos vieram de dentro do catolicismo, enquanto 31% afirmam não ter tido religião anteriormente.
Já entre as gerações mais jovens (18 a 24 anos), 81% não tiveram nenhuma formação religiosa prévia e apenas 11% dos convertidos vêm do catolicismo. Essa inversão de percentuais mostra que a herança católica, que por muito tempo foi dominante, cedeu espaço para um cenário onde o ambiente secularizado predomina entre os novos convertidos.
Outras tradições religiosas – como Umbanda, Candomblé, Espírita, Budismo e a categoria “Outras” – apresentam números reduzidos em todas as faixas etárias, variando entre 0% e 5%.
Enquanto as gerações mais velhas estavam inseridas num contexto de transmissão religiosa possivelmente familiar e institucional, as gerações mais jovens crescem em um ambiente onde estas tradições têm menor influência.
Os dados sugerem a necessidade de métodos que dialoguem com uma realidade onde as novas gerações chegarão às comunidades sem um histórico religioso consolidado. Logo, pode-se destacar o desenvolvimento de iniciativas intergeracionais que permitam a integração do legado dos fiéis mais antigos com as demandas de um público que busca uma experiência de fé mais dinâmica.
Em resumo, os números não apenas quantificam uma mudança nas origens religiosas dos evangélicos paulistas, mas também apontam para o desafio em unir o valor histórico da tradição com a composição de um novo imaginário protestante em uma realidade brasileira cada vez mais secularizada.
Por fim, o agregador de pesquisas do AliançaLAB apontou que o grupo dos Sem Religião apresentou crescimento expressivo desde o último censo (2010). Neste contexto, de acordo com a tendência, considerando a idade média de conversão, é possível antever que os novos discípulos de Jesus no Brasil virão de um contexto com formação religiosa cada vez menor.
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